EX-ALUNO: João Pedro Jorge

Nome Completo: João Pedro Jorge
Ano de formação: 2003
Ensino Médio: Colégio Objetivo
Faculdade: Cásper Líbero

Trajetória: Estudei no Santo Inácio por 11 anos, do maternal até a oitava série (e provavelmente teria feito o Ensino Médio lá, se fosse possível). É um tempo enorme. E foi um choque profundo deixar aquele colégio pequeno, de bairro, em que todos sabiam meu nome (e, para todos os efeitos, a minha má fama, porque eu era um pouco capeta) e entrar numa máquina-de-fazer-passar-no-vestibular como o Objetivo, onde passei três anos revisando muito do que já tinha aprendido com os professores Márcio e Gonçalo (respectivamente de geografia e história, minhas matérias favoritas).

Depois de um “ano sabático” em 2007, entrei na Cásper Líbero em 2008, realizando um desejo que eu nem me lembro onde começou (mesmo antes de saber o que era jornalismo, eu já queria ser jornalista). Em 2010 eu passei no processo seletivo para os estagiários da Editora Abril, e por uma tremenda sorte fui escalado para fazer parte do time da Playboy,. Fiquei dois anos como estagiário e aprendi horrores sobre jornalismo, trabalho, vida, jazz e whisky (não necessariamente nessa ordem). Acabado o estágio em 2011, e depois de passar por algumas outras publicações em 2012 (notadamente a Revista Brasileiros), voltei para minha “casa“ em setembro do ano passado, agora como repórter.

Profissão: Jornalista

Algo que ficou da Santi: Ah! Com certeza os meus amigos. Faço parte de um “clube” que se conheceu no Santo Inácio ao longo de 11 anos (pois quase todos eles também fizeram o período completo) e até hoje se reúne para beber, conversar e papear. É muito bom tê-los por perto por uma dezena de razões, mas além das óbvias, cito uma que vem me intrigando: como jornalista, vivendo uma rotina corrida e praticamente morando no trabalho, comecei a me relacionar cada vez mais com colegas de profissão. E nada contra nós, claro, mas tem hora que é um alívio poder encontrar um bancário, uma psicóloga, um médico, um estudante… Pessoas que eu amo, que se tornaram muito diferentes, mas que continuam, no fundo, os mesmos com quem eu jogava bola na oitava série.

Um lugar na Santi: Acho que o lugar mais marcante foi mesmo a quadra da escola, o único lugar onde minha falta de coordenação era perdoada e em que eu pude fingir, por um tempo, ser um jogador de futebol. Depois de lá, nunca mais tive benevolência nas canchas, e acabei desistindo de tentar. Há séculos que eu não jogo uma pelada (e provavelmente nunca mais vou jogar com a alegria em que jogava na Santi).

Recordações: São Inúmeras. Uma das minhas primeiras lembranças da vida é no Santo Inácio, um Castelo do Greyskull que ficava na caixa de brinquedos do maternal. Mas uma boa recordação é das viagens de estudo do meio, sempre muito divertidas e cheias de histórias engraçadas que até hoje surgem nas conversas desse meu grupo de amigos.

Planos: Estou num momento bem bom, trabalhando em um lugar que adoro, onde tive grandes professores e em que fiz grandes amigos. Mais importantes: trabalho com o que gosto, o que é uma benção. Mas ainda tenho vontade de escrever ficção, um desejo que surgiu lá atrás, junto com a vontade de fazer jornalismo, e que só aumentou com o tempo. Se tivesse de responder hoje quem eu gostaria de ser quando “crescer”, responderia, sem dúvidas, Nick Hornby.

Um recado para os alunos da Santi: Isso vai principalmente para os mais velhos: quando eu e essa minha “turma” chegamos à oitava série, não aguentávamos mais o velho Santo Inácio (ou Santão, como a gente chamava nossa escola), e isso por uma série de fatores. Os 14 anos são uma idade especialmente pernóstica na vida de uma pessoa, um momento chatíssimo de pré-adolescência em que não sabemos muito bem o que gostaríamos de ser, mas sabemos com certeza que não queremos ser moleques de 14 anos estudando em uma pequena escola de bairro no Paraíso. Mas o fato é que esse momento é um dos mais gostosos de todos. Vou parecer um velho chato falando isso (embora tenha só 25 anos), mas a oitava série é o último momento de relativa falta de responsabilidade. O último momento em que você pode relaxar e ser um pouco criança: jogar bola, fofocar sobre meninas, jogar videogame a tarde toda sem ser repreendido… Depois disso começa o colegial, e o vestibular, e a faculdade e o trabalho e, enfim, a vida adulta. Não que esses momentos, cada um deles, não traga suas alegrias (e elas são muitas), mas não se desesperem em queimar etapas. Viagem com seus amigos, curtam a escola, façam torneios de futebol na quadra e, enfim, divirtam-se.

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