Narrativas Fantásticas

O trabalho com as Narrativas Fantásticas parte da leitura de contos fantásticos curtos e da depreensão das características desse gênero, como o elemento fantástico (absurdo e impossível, de acordo com as regras que regem o mundo do leitor real) e os efeitos provocados no leitor (estranhamento e dúvida, já que, no mundo real, os fatos narrados não podem ser explicados com credibilidade).

A partir dessas observações, começamos com a leitura de “A Metamorfose”, de Franz Kafka, que acontece de forma compartilhada em sala de aula (ao som de Sergei Rachmaninoff e Samuel Barber), e silenciosa, como lição de casa. Também experimentamos com adaptações da transformação de Gregor Samsa em inseto monstruoso para diferentes linguagens (filmes, HQ, animação). Simultaneamente, iniciamos a escrita de um miniconto fantástico, inspirados nos textos em que imergimos.

Ao final da leitura, discutimos os sentidos possíveis para obra de Kafka, desde o insólito defendido por Todorov (o homem que se metamorfoseia em inseto), até as possíveis metáforas que, de todo modo, constroem o sentido da obra no eixo da alienação (do homem deslocado, do não pertencimento, do teor auto-biográfico).

Por fim, realizamos uma apresentação oral, apoiada em slides e script de fala, em que o 8º ano, subdividido em grupos de 3 ou 4 alunos, expõe as razões por que “A Metamorfose” deve ser considerada um clássico universal, decompondo, exemplificando e justificando, a partir dos dizeres de Ítalo Calvino, que a obra de Kafka ainda não acabou de dizer o que tem a dizer.

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